Capítulo VIII - Psicologia do Incrédulo
O homem, criado para o céu, com a perceptibilidade desenvolvida para apreciar e gozar o bem, tendo diante de si três tremendas realidades: A eternidade, a bondade e a severidade de Deus, não deveria hesitar um só instante, porém seguir decidido, firme e resoluto, rumo ao seu alvo, que é a vida eterna no céu. Entretanto, seguindo o exemplo de Lúcifer, ensoberbeceu-se, encheu-se de si, orgulhou-se, estabeleceu o culto a si mesmo e perdeu-se.
A incredulidade é a única causa da perdição do homem, porque ela dá origem a todas as modalidades de pecados.
O que se dá na mente do incrédulo é o mesmíssimo fenômeno que ocorreu na mente de Lúcifer, quando esse se rebelou.
Lúcifer raciocinou assim: eu sou quem padroniza a justiça. Eu sou cheio de sabedoria. "Mais sábio que Daniel". Eu sou o premiado no concurso de beleza entre os seres criados. (Ezequiel 28). Portanto, por que razão, Eu deixaria de requerer a adoração para mim e iria atender à ordem de Deus, quando diz: "E todos os anjos de Deus o adorem" (Hebreus 1:6). Por que o Anjo da face e não Eu ser adorado?
Começou a pensar em si.
Sua primeira jornada de perdição foi para dentro de si mesmo. Quando se viu grande e magnífico aos seus próprios olhos, começou sua segunda etapa de perdição indo para além Foi aí que se começou a medir com os outros, tornou-se arrogante, encheu-se de si e engordou de soberba.
Cobiçou as alturas e o ser semelhante ao Altíssimo, orgulhou-se, rejeitou a humildade, em sua insolência insultou as dignidades e precipitou-se no inferno (Isaías 14:14). Esta é a jornada fatídica do pai do erro, pai da mentira e pai da perdição.
O incrédulo realiza em sua mente o mesmo processo ruinoso.
O Homem é um ser espiritual, como os anjos, apesar de sua dupla natureza. Assim, no homem como no anjo, os fenômenos de ordem espiritual não diferem.
Vejamos como se opera na mente do homem esse processo de rebelião: "Disse o néscio no seu coração: não há Deus" (Salmo 14:1). Daí ele parte. Se não há Deus, e o homem é essencialmente religioso, ele é obrigado, por instinto, a criar deuses para adorar. Vem daí a criação de "figuras, de macho ou de fêmea", conforme a predileção de sexo, para adoração; ou mesmo de animais, nos meios mais embrutecidos, onde a degradação moral se tenha acentuado.
A tendência do incrédulo é rejeitar o que Deus revelou e preferir sua própria doutrina. É vulgar entre eles a expressão: "Eu tenho minha própria religião". "Minha religião é a meu jeito. Eu mesmo a criei". O incrédulo se julga superior a Deus, pois se é capaz de criar uma religião melhor do que a revelada, é porque ele é melhor do que Aquele que revelou a religião. É superior ao Altíssimo. É o caso de citar Cristo: "Tu te elevas até ao céu? até ao inferno serás abatido" (Lucas 10:15).
O mecanismo da mente do incrédulo é o de Satã. É só tolices, destruição, pecados de toda espécie e tudo em pura perda, pois nada do que faz lhe edifica.
O Tipo que serve de modelo para os ímpios em geral é o ébrio. Ele julga que só ele está certo. Só ele está agindo com a razão. E só após os danos irreparáveis é capaz de ver, embora lhe faltem as forças para refrear sua natureza pecaminosa.
Religiosamente, a humanidade pode dividir-se em três classe:
a) Incrédulo
b) Crédulo
c) Crente
Os dois primeiros irão ao mesmo destino, dado que um e outro se equivalem. Crer demais, ser levado por qualquer vento de doutrinas falsas, em detrimento da verdade, não é vantagem; "porque o desvio dos simples os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá" (Provérbios 1:32).
Os incrédulos se subdividem em várias classes, o que deixamos de apreciar, dada a estreiteza do espaço.
Visto que a incredulidade gera a soberba e a soberba, o egoísmo, só resta ao homem sensato uma decisão - a indicada por Jesus a Tomé: "Não sejas incrédulo, mas crente" (João 20:22). "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa aqui para acolá - e há de passar: e nada vos será impossível" (Mateus 17:20).
Toda a Bíblia tem uma palavra de elogio à fé e uma reprovação à incredulidade. Vejamos algumas passagens sobre o assunto.
"Mas os ímpios são como o mar bravo, que se não pode aquietar, e cujas águas lançam de si lama e lodo. Os ímpios, diz o meu Deus, não tem paz" (Isaías 57:20-21). e "Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?" (Lucas 12:20).
"O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho louco é a tristeza de sua mãe. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte" (Provérbios 10:1-2).
São dignos de nota, os títulos dados ao incrédulo, em toda a Bíblia. São eles: Ímpio, louco, tolo, insensato, simples, imprudente, escarnecedor, pecador, iníquo, néscio, soberbo, egoísta, orgulhoso, presunçoso, e injusto. Todos esses títulos retratam as ações e os pensamentos do incréu.
O crente é chamado de: sábio, prudente, sensato, justo, santo, reto, sincero, benigno, fiel, modesto, humilde, altruísta, pio, e melhor que todos esses títulos - o de bem-aventurado filho de Deus.
Desde que o incrédulo não tira partido nenhum de sua incredulidade, deixo aqui um apelo para que renuncie sua incredulidade e se renda incondicionalmente a Jesus, "poder de Deus e sabedoria de Deus" (I Coríntios 1:24). Pois Ele adverte: "Porque o que me achar achará a vida, e alcançará o favor do Senhor. Mas o que pecar contra mim violentará a sua própria alma: Todos os que me aborrecem amam a morte" (Provérbios 8:35-36).
Embora não se possa afirmar que todas as boas coisas existentes no mundo sejam feitas pelos homens crentes, ao certo se pode dizer que todas as más obras, todos os crimes hediondos, todos sem exceção alguma, são obras dos incrédulos, pelo que eles já estão excluídos do Reino de Deus, pois a Bíblia declara: "Mas quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte" (Apocalipse 8:21).
A razão porque o incrédulo é chamado de louco é porque ele age sempre contra os seus próprios interesses.
São Paulo afirma que "nenhum de nós vive para si só e nenhum morre para si só" (Romanos 14:7). Isso posto, quando o homem promove a destruição de seu próximo, ou explora seu companheiro, quando o difama ou o mata. Está destruindo-se a si mesmo, através do seu próximo, que é ramo da mesma árvore.
Se todos os homens cressem em Deus e amassem ao próximo, não podemos imaginar a que grau de progresso já teríamos atingido. Era o céu na terra, pois todos os gastos com as guerras e com todas as consequências do pecado, aplicados em benefício da humanidade, seria o estabelecimento do BEM em lugar do MAL.
Eis a razão por que apelo ao descrente: "Não sejas incrédulo, mas sê crente".
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