Jesus te Ama - Deuteronomio 32:39

A Lei do Divórcio Formulada

Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher dê-lhe carta de divórcio.  Eu, porém, vos digo: Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de adultério, a expõe a tornar-se adúltera: e aquele que casar com repudiada, comete adultério.  

Jesus refere-se aqui à Lei oficial de Israel acerca do divórcio, já em uso pelo judeus havia quatorze séculos.  Para entender esta questão do divórcio no Novo Testamento, precisamos conhecer o histórico dele no Velho Testamento.  Devemos estudar o assunto à luz de suas origens.  É necessário conhecer a conjuntura social meio à qual a questão foi criada.  Todas as autoridades em interpretação tanto da lei como da teologia afirmam que devemos começar do início.  Façamos isto, então.

No tempo de Moisés, assim como em outros tempos, muitos judeus eram cruéis com suas esposas, e por causa dessa crueldade e dureza de coração, Deus permitiu o divórcio.  Esses judeus cruéis divorciavam-se de suas esposas "por qualquer motivo" (Mateus 19:3),  Divorciavam-se por questões as mais fúteis - como, por exemplo, se elas queimavam o pão, ou não temperavam a comida adequadamente, ou se não gostavam de suas maneiras, ou se não era boa dona de casa, "Se ela estragava um prato ao prepara-lo", e "até se encontrasse outra mais bela que ela".  O repúdio à mercê dos caprichos deles e a seu bel-prazer dominava a regulamentação do divórcio entre os judeus (Talmude: Josefo).

Tudo que um judeu precisava fazerm, se desejava o divorciar-se da esposa, era dar-lhe carta de divórcio, em presença de duas testemunhas.  O casamento estaria então legalmente dissolvido e ambas as partes eram livres para contrair novo matrimônio.  Esta "carta de divórcio" está registrada em Deuteronômio 24:1-2.

Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado cousa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão e a despedir de casa; e se, saindo da sua casa, for, e se casar com outro homem. 

Alguns gramáticos hebreus mostram-se incertos quanto ao significado da palavra "indecente" neste verso.  O vocábulo hebraico é ervah-dover, que tinha diversas interpretações no Talmude judeu, variando de um século para o outro e de um país para outro.  É traduzida como "obnóxio" e "indecoroso" no torá judeu e no Texto Massorético.  A palara hebraica que se traduziu por "contaminada" no verso 4 significa "incapacitada", e implica numa desabilitação ritual e não moral.  

(Mantive interessante correspondência com teólogos judeus a cerca do significado de tais vócabulos.  Um desses homens era membro do comitê oficial de traduções para os judeus, nos Estados Unidos e outro era perito em lei rabínica.)

Algumas pessoas argumentavam que "indecente" referia-se a imoralidades, mas isso não poderia ser verdade, mas isso não poderia ser verdade, pois a judia infiel era apedrejada até a morte.  Quando os teólogos judeus levaram a questão do divórcio a Jesus, mencionaram, baseados na lei do Deuteronômio, que o divórcio era permitido "por qualquer motivo", porém se o casal não está se sentindo feliz e percebem que aquele casamento foi um erro é melhor que se separem do que permanecerem no erro e infelizes. 

Eduardo Bastos

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