Capítulo VI - Forma do Espaço
Pensando em localizar cosmicamente o céu e o inferno, temos de pensar primeiro no espaço sideral como um grande campo onde todas as coisas e cada uma em particular tem seu próprio lugar.
Alguém definiu espaço como sendo a extensão compreendida entre dois pontos. Esta definição não explica como é nem o que há além das fronteiras dos lugares ocupados pela matéria.
Outro cientista afirmou que o espaço não somente é limitado, mas que também é esférico. Explica sua teoria pela viajem que alguém faz rumo ao leste. Seguindo sempre em direção horizontal, ao cabo de algum tempo, o viajante chegará ao ponto de partida.
Talvez por isso, me perguntaram se o espaço é esférico ou plano. A essa pergunta respondemos: O espaço é infinito. O que é infinito não tem tamanho e o que não tem tamanho, não tem forma. Forma tem os caminhos percorridos pelos corpos que povoam o espaço. Aquele cientista deveria ter procurado outra solução para a viagem em reta que acaba descrevendo um círculo . Pois todos os corpos que giram no espaço andam em círculo.
Como nossos conhecimentos são muitos insignificantes em matéria de ciência, limitamo-nos a fazer certas afirmações baseados no mero raciocínio; podendo coincidir ou divergir dos que sabem.
Se o ponto de partida da criação é nosso sistema, os outros mundos são mais novos e ainda não atingiram a idade adulta dos sistemas.
Quando uma galáxia está ainda em estado gasoso e começa a se densificar, vai se decompondo em forma de espiral. Daí forma uma ninhada de estrelas, cada uma delas, por seu turno, cercada de seus dependentes familiares, que são os planetas. Porém, no princípio são semelhantes a uma ninhada de pintos. Brincam juntas. Mas, a proporção que vão ficando independentes, se vão afastando em rumos diferentes, e, atirando-se no vácuo imenso. Cada uma toma seu rumo, atendendo à FOME que o vácuo tem de matéria. É essa FOME que atrai os corpos. Aí reside a razão por que os astrônomos afirmam que algumas das estrelas que nós avistamos já não existem mais. Elas existem. O que ocorre é que se mudaram para suas órbitas. Na sua viagem pelo espaço infinito, atraídas pela fome do vácuo, tomam velocidade incrível. Um dia, porém, nessa andança sem alvo por esse caminho infinito, o vácuo que lhe fica atrás, tão imensamente grande e tão insaciavelmente faminto quanto o vácuo que lhe está à frente, começa a atrair o corpo errante. Tão logo este começa a sentir a resistência imposta pela carência de massa de todos os lados, a estrela começa a andar em curva, até que o equilíbrio de forças a constrange a fazer um círculo. Está criada a sua órbita.
É essa força de atração equilibrada que faz que todos os corpos que giram no espaço andem em círculo.
Transcrito do Livro do Pr. Zacarias Campelo - 1965.
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